
Primeiro lhe foi o marido, tão trágico, um acidente. Depois um a um os filhos se foram, uns pacificamente, outros dolorosamente, e ainda sofrem. Mas todos se cansam. Uma voz que sempre exige, reclama, nunca é bem aceita, não se convive bem. Duro, me doí o coração. Lhe disse que não sabia o que fazer. Sempre lhe ofereço um abraço, hoje ela parecia precisar muito dele...
Muitas vezes me chamou a morar com ela, mas se nem aqui tenho liberdade, imagine lá. Uma carência de dá dó. Realmente, é preciso fazer as relações com mais cuidado. Ou o que esperar do futuro, pois ele tarda mas chega, mais certo que a morte é ter sempre um amanhã pra viver. E viver com quem??? Me vejo aqui falando sozinha. Passeando pela cidade sozinha. Almoçando... Pedaços de solidão. Cruéis. Sempre pedem companhia. Luto por ela, e perco, maltrata a solidão, insiste em se fazer presente. Em permanecer em silêncio.
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